Tem a palavra a Presidente
do Municipio Fátima Fernandes...
A apresentação do livro Montalegre,
História Viva não é apenas um acontecimento literário ou cultural, nem é mero
acaso acontecer hoje. Neste dia em que assinalamos os 51 anos do 25 de Abril,
data maior da democracia e da afirmação da cidadania em Portugal, a
apresentação desta obra encerra em si um profundo simbolismo.
É que, se, como disse Sophia de
Mello Breyner Andresen: "esta é a madrugada que eu esperava, o dia inicial inteiro e limpo,
onde emergimos da noite e do
silêncio …" também este livro se apresenta aqui, nesta sala da democracia,
inteiro e limpo, abrindo portas à memória coletiva, ao conhecimento partilhado,
à valorização da nossa terra e das nossas gentes e à reivindicação da visão
crítica e sem medos, que nos permitem emergir da noite e do silêncio.
E por isso trata-se de um momento
de celebração da nossa identidade, da nossa memória, mas também da liberdade.
Mais do que um registo informativo, Montalegre, História Viva é um ato de
cidadania. Nele, o autor, apresenta sobretudo a identidade barrosã, o nosso
património e as causas que nos unem como comunidade. Fá-lo com paixão, com
rigor e com um verdadeiro espírito democrático: o de partilhar, com todos, o
que é de todos. Porque lembrar é também resistir. E partilhar é, sempre, um ato
de liberdade.
Montalegre, História Viva é, assim,
mais do que um livro: é um ato de partilha e de construção da nossa memória
democrática e, tal como o 25 de Abril nos lembra da importância de dar voz às
pessoas e às histórias que nos moldam, também esta obra se afirma como um marco
de cidadania ativa, ao preservar e celebrar as raízes que nos unem.
Cuidadosamente elaborada,
destaca-se pelo seu caráter informativo e formativo, oferecendo uma narrativa
rica e acessível sobre a evolução histórica do País e do nosso concelho, os
seus acontecimentos mais marcantes, as figuras relevantes e as transformações
sociais mais marcantes e é assim um tributo ao território e à memória coletiva,
mas também um apelo à preservação dos valores e das raízes que nos definem
enquanto povo. É uma obra que nos convida a conhecer, a refletir e a agir em
nome da herança que recebemos e da responsabilidade que temos de a transmitir
às gerações futuras.
Ao autor, o nosso sincero
reconhecimento pela coragem de erguer este testemunho e pelo contributo valioso
que deixa à história e à consciência cultural do concelho.
O nosso profundo agradecimento pela
generosidade na partilha do seu conhecimento, mas também na dedicação com que
reuniu e preservou memórias, documentos e episódios que ajudam a conhecer e a
compreender melhor a identidade de Montalegre.
Este livro reveste-se de particular
importância enquanto documento, pois oferece-nos um olhar atento, sensível e
fundamentado sobre o percurso histórico do concelho. É um contributo
inestimável para a memória coletiva e um recurso imprescindível para todos
aqueles que desejam conhecer ou investigar o passado desta região, mas é também
um grito de alerta para o futuro, que nos interpela, apelando à consciência
cívica de cada um de nós.
Bem-haja, caro Domingos Chaves.
Este livro será muito útil nas nossas bibliotecas, nas nossas escolas, nas
nossas casas e deve de estar, como diz o nosso povo, "à mão de semear" para
informar, esclarecer e motivar para não voltarmos à treva de outros tempos.