Manifesto
BARROSO NÃO É CONTENTOR DE LIXO DA EUROPA, NEM DE NINGUÉM

.MANIFESTO subscrito por 100 personalidades do concelho de Montalegre, de entre as quais se destaca a maior e mais emblemática figura do Barroso – o padre António Lourenço Fontes – foi entregue ao Primeiro-Ministro; Ministra do Ambiente e Energia; Presidente da República; Provedora de Justiça; e a todos os Partidos Politicos com assento parlamentar na Assembleia da República.
COMUNICADO À IMPRENSA
Barroso, é a única região de Portugal – e uma das oito na Europa – reconhecida pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura, como um Sistema de Patrimônio Agrícola de Importância Global, com paisagens únicas que combinam biodiversidade agrícola, ecossistemas resilientes, e um amplo e valioso patrimônio cultural.
Barroso, é por assim dizer, um local de biodiversidade com um mosaico de prados e florestas, onde se encontram registadas, 211 espécies de flora, das quais 5 se apresentam de elevado valor para a sua conservação; 142 espécies de invertebrados observadas, destacando-se 10 com estatuto próprio; e 218 espécies de vertebrados inventariadas, das quais se referem, raças de gado autóctones, o raro cavalo Garrano, e populações importantes de lobo ibérico, espécie prioritária, classificada como ameaçada de extinção.
E sendo assim, nada disto pode ser desprezível, a troco dos alegados milhões de uma Mina, que nos deixará uma área correspondente a 80 campos de futebol, a que acrescem 900 mil toneladas de lixo, águas contaminadas e a morte de um território que os nossos antepassados nos legaram como herança, e que não pretendemos deixar como terra devastada às gerações vindouras.
Não nos acenem por isso com milhões, emprego e energia verde!... Energia verde, não é mineração a céu aberto, maquinaria pesada movida a combustíveis fósseis, ou centenas de camiões a circular diariamente nas estradas do concelho. Energia verde, são as nossas florestas, as águas que abastecem as comunidades locais, parte dos cidadãos das grandes cidades do norte do país e as nossas paisagens que serão destruídas por um projecto que a vingar, se revela como a maior catástrofe para o território na sua já longa História.
O concelho de Montalegre, já deu muito para esse peditório!... Ninguém esquece, que teve de se reinventar face às politicas das barragens implementadas pelo Estado Novo, que lhe alagaram casas e os melhores terrenos de cultivo; ou à destruição de uma vasta área na Borralha, que serviu para a exploração de volfrâmio para "alimentar" as tropas nazis na Segunda Guerra Mundial e cujas feridas ainda não estão saradas.
Hoje, enquanto concelho de baixa densidade, contribui com cerca de 450 milhões de euros para o PIB nacional, 230 dos quais têm origem na energia produzida no seu território. Dados, que o Governo deste país – que tal como todos os outros que o antecederam sempre o abandonaram e se limitaram a usufruir da riqueza ali produzida, com as consequências nefastas que se conhecem provocadas designadamente pelo surto migratório - não pode exigir mais sacrifícios a este povo,
Os danos provocados no turismo local, nas dezenas de estabelecimentos hoteleiros na zona envolvente da Barragem do Alto Rabagão, e os impactos no território, na água e na saúde das pessoas, avalizados que são pelos Pareceres de Universidades e outras conceituadas Instituições, superam em muito os alegados benefícios de uma eventual mineração, suportado num contrato de duvidosa legalidade e já prescrito no tempo.
Assim sendo, a melhor e mais nobre comemoração que podemos assumir nestes 50 anos de liberdade e democracia, é saber honrar o nome deste povo e desta terra, e ter a coragem de reconhecer de forma digna e leal, a catástrofe que se avizinha, caso a exploração mineira venha a vingar. Não à Mina, é, e será o nosso lema...
O 1.º Subscritor e porta voz
Domingos Chaves
ANEXO:
Súmula do documento entregue ao senhor Primeiro-Ministro; Presidente da República, Ministra do Ambiente e Energia, Provedora da Justiça e Partidos políticos com assento parlamentar na AR. Primeiro-Ministro e Provedora de Justiça, comunicaram a abertura dos respectivos processos.
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